Ainda não é seguro dispensar máscaras em ambientes fechados, alerta infectologista
Índices de vacinação completa no país ainda não são os ideais
Com a flexibilização do uso de máscaras em pelo menos 17 estados brasileiros, a discussão sobre a hora certa de suspender a obrigatoriedade desse tipo de equipamento de proteção tem se intensificado. Na Bahia, o Governo do Estado já indicou que a suspensão deve acontecer em abril, mas especialistas apontam que é preciso ter cautela.
Infectologista e professor da UNIFACS, Fernando Badaró alerta para o seguinte: a pandemia ainda não acabou e os índices de vacinação completa no país ainda não são os ideais para retirar, com segurança, a obrigatoriedade do uso de máscara. "Devemos lembrar que a Europa já viveu esta euforia anteriormente e que surgiu a cepa Ômicron, atingindo o mundo todo. Será que ocorrerá a evolução da pandemia com a cepa Deltacrom, seguindo da China para Europa e as Américas?", questiona o especialista.Nas últimas semanas, a China registrou o maior número de casos de Covid-19 em dois anos e voltou com medidas restritivas para conter a disseminação do vírus. Apesar do surgimento de novas variantes, o Brasil dá sinais de que, em pouco tempo, vai autorizar a flexibilização total das medidas de proteção. Entretanto, no caso de ambientes fechados, o infectologista alerta que ainda não é seguro dispensar o uso de máscaras. Outras medidas como o distanciamento social e a higienização das mães com álcool em gel também seguem recomendadas.
Pandemia ou endemia?
Desde março de 2020 que a Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica o surto sanitário de Covid-19 como uma pandemia. O termo endemia é usado nos casos de doenças recorrentes, típicas, que são frequentes em uma determinada região, mas para as quais já há uma resposta efetiva à população por parte da rede de saúde.
Uma enfermidade pode começar como um surto ou epidemia e se torna uma pandemia quando atinge níveis mundiais, ou seja, quando determinado agente se dissemina em diversos países ou continentes, afetando um grande número de pessoas.
Ventilada a possibilidade de "rebaixar" a classificação do Brasil para endemia, Badaró lembra que, somente quando atingirmos um nível estável de ocorrências de ativos com mortalidade conhecida para cada país, será possível classificar a Covid-19 como endemia.
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