Bahia tem menor proporção de jovens de 18 a 24 anos na universidade
Estado tem segundo menor percentual de adultos com ensino superior no país
Entre 2019 e 2022, na Bahia, além de a proporção de estudantes ter diminuído, também houve redução do percentual de pessoas que estudavam num nível adequado à sua idade, ou seja, da taxa de frequência escolar líquida, que dá um indicativo de atraso escolar. Isso ocorreu tanto entre as crianças de 6 a 14 anos quanto entre os jovens de 18 a 24 anos, segundo resultados do módulo de Educação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC).
No ano passado, enquanto 99,4% das crianças de 6 a 14 anos frequentavam a escola, 94,3% estavam no Ensino Fundamental. Isso significa dizer que 5,2% dos estudantes dessa faixa etária, ou 99 mil em números absolutos, ainda não haviam chegado ao nível de ensino adequado à sua idade - estavam, portanto, atrasados.Além de ter sido a menor taxa de frequência escolar líquida para esse grupo etário nos últimos seis anos, no estado (2,4 pontos percentuais abaixo da registrada em 2019, 96,7%, a maior da série), o indicador de 2022 também ficou pela primeira vez abaixo da meta estabelecida pelo PNE, que é de 95% das pessoas de 6 a 14 anos cursando o Ensino Fundamental, até 2024.
O movimento de queda na adequação idade/nível cursado foi puxado pelos estudantes mais jovens, de 6 a 10 anos, que deveriam estar nos anos iniciais do Fundamental. O percentual dentre eles que estavam ajustados caiu de 95,3% em 2019 para 90,4% em 2022, indicando um potencial atraso na entrada nesse ciclo escolar.
Já entre as crianças um pouco mais velhas, de 11 a 14 anos, a taxa ajustada, embora historicamente menor, seguiu avançando, de 81,2% para 84,1%, entre 2019 e 2022.
Também aumentou a proporção de pessoas de 15 a 17 anos que estavam cursando o Ensino Médio, de 56,8% em 2019 para 64,6%. Ainda assim, 203 mil adolescentes que estudavam ainda não tinham chegado a esse nível de ensino adequado à sua idade - o que representava 3 em cada 10 alunos nessa faixa etária (30,1%) atrasados.
A meta 3 do PNE estabelece que a taxa de frequência escolar líquida no Ensino Médio seja elevada para 85,0% até o final da vigência do plano, em 2024.
Já entre os jovens baianos de 18 a 24 anos, enquanto 30,4% estudavam, só metade (15%) estavam no Ensino Superior, o que significa dizer que 50,7% estavam em etapas anteriores do ciclo escolar (249 mil atrasados, em números absolutos).
Frente a 2019 (quando era de 16%), a taxa de frequência escolar líquida nesse grupo de idade recuou e se tornou a mais baixa do país, ou seja, em 2022, a Bahia tinha, entre os estados, a menor proporção de pessoas de 18 a 24 anos que frequentavam ou já tinham concluído a universidade (15%).
A meta 12 do PNE estabelece que a taxa de frequência escolar líquida no Ensino Superior, para pessoas de 18 a 24 anos, seja de 33,0% até 2024. No Brasil como um todo, ela estava em 25,0%, em 2022, sendo mais elevada no Distrito Federal (44,3%), em São Paulo (30,8%) e no Paraná (29,8%).
Na Bahia, as desigualdades da frequência à universidade pelas pessoas de 18 a 24 anos são maiores por cor ou raça do que por sexo.
Entre as mulheres nessa idade, 16,9% estavam na universidade, frente a 13,2% dos homens. Já entre as pessoas de 18 a 24 anos que se declaram brancas (independentemente do sexo de nascimento), a proporção de estudantes universitários era de 21,8%, frente a 13,7% entre quem se declara preto ou pardo.
Um dos reflexos do atraso e eventual abandono escolar precoce na Bahia se percebe no nível de instrução das pessoas de 25 anos ou mais de idade (qual foi o curso mais elevado que concluíram). Em 2022, o estado tinha a segunda menor proporção de adultos com Ensino Superior completo no país: 11,9%, acima apenas da registrada no Maranhão (11,4%).
No Brasil como um todo, 19,2% das pessoas de 25 anos ou mais de idade haviam concluído uma universidade, percentagem que chegava a 37% no Distrito Federal, 25,0% em São Paulo e 24,2% no Rio de Janeiro.
Na Bahia, em 2022, a proporção de pessoas com Ensino Superior completo seguiu bem maior entre as mulheres (14,3%) do que entre os homens (8,7%) e entre as pessoas de cor branca (16,3%) do que entre as de cor preta ou parda (10,9%).
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