Após polêmica com retirada de mictórios, Uefs diz que irá reestruturar banheiros

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Após polêmica com retirada de mictórios, Uefs diz que irá reestruturar banheiros

A retirada dos objetos, que foram depositados no gramado da instituição, gerou discussões e especulações.

Foto: Divulgação/ Uefs

A professora Amali Mussi, reitora da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), esclareceu ao Jornal Folha do Estado, sobre a retirada dos mictórios dos banheiros masculinos do campus da universidade, o que gerou insatisfação por parte da comunidade acadêmica.

A retirada dos objetos, que foram depositados no gramado da instituição, gerou discussões e especulações, potencializados após postagem em redes sociais de um vídeo onde uma estudante protesta contra a retirada dos vasos. Segundo ela, o ato se deu por parte de uma "minoria que se sentia constrangida". 

A mulher reclamou sobre a retirada dos equipamentos, justificando que isso geraria um ônus desnecessário ao orçamento do órgão público. Nas redes sociais as opiniões foram diversas e muitas especulações sobre o assunto foram propagadas.

A reitora, no entanto, rebate as teorias de que um grupo de estudantes teriam solicitado a retirada dos mictórios por se sentirem constrangidos e salienta que a retirada dos mesmos faz parte de um projeto de melhoria, modernização e inclusão de todos os banheiros da Uefs.

Foto: Mário Sepulveda/ FE

"Sempre importante informar, tratar a comunicação de forma aprofundada. Então quero agradecer ao Folha por estar aqui presente. A retirada dos mictórios faz parte de um projeto maior. Esse projeto maior prevê a reestruturação de todos os sanitários da nossa universidade. Nós vamos ter banheiros para pessoas com necessidades especiais, vamos ter instalação de trocadores em banheiros femininos e, em alguns masculinos também, porque a gente entende que a maternidade não é só feminina e que um pai pode trocar a fralda de uma criança, então teremos trocadores em alguns banheiros masculinos. Teremos também o retorno dos mictórios em cabines de forma apropriada, não na mesma quantidade, mas numa quantidade menor. Eles retornarão para os banheiros, assim como teremos banheiros que serão ampliados. Então, primeiro foi retirado todos os mictórios pra gente poder reestruturar e, na medida da reestruturação, parte deles retornará aos sanitários e outra parte será doada para entidades que já estão em negociação com a Universidade", diz.

A professora diz ainda que as ações têm sido vistas pelos estudantes como formas de inclusão, porque muitos dos banheiros não são adequados para portadores de deficiências.

"Tem sido visto mais pela perspectiva da inclusão do que da exclusão. Foram retirados e colocados em um espaço de forma que realmente choca, parece que é uma grande quantidade. Então, eu acredito que é essa forma que deu essa impressão e gerou a polêmica, mas boa parte retornará e a outra parte realmente será doada. Modernidade chegando e inclusão, banheiros, universidade, para todos e todas indistintamente", esclarece.

Estudantes

Em entrevista ao Folha do Estado, alguns estudantes relataram suas impressões e detalharam suas experiências sobre o assunto.

Foto: Mário Sepulveda/ FE

"Bom, incomodando não estava. Mas também diferença eu acho que não vai fazer tanta. Rapaz, modernidade eu acho que não tem uma modernidade nisso. Porque dá para usar tanto eles, como os vasos normais. Então não vai ser uma modernidade, vai ser uma retirada de algo que seria útil", diz o estudante Lucas de Alcântara.

"É, incomodou um pouco, porque tipo quando você vai utilizar o banheiro, às vezes as cabines estão cheias, quando é só para urinar, o mictório é mais rápido. Então, praticamente, incomoda a retirada pelo fato do banheiro ficar mais lotado do que antes, com o mictório. Não tem constrangimento de usar porque tem uma barreira, então é normal usar o mictório. descartar é não dar um objetivo, uma coisa certa, porque descartou. Porque constrangimento não é muito viável, porque algumas pessoas não têm, pode ser que outras tenham, mas mesmo assim, tem uma barreira para impedir isso", relata o universitário, João Pedro de Jesus.

Já Quéssia da Paixão, estudante do curso de enfermagem, diz que para ela o problema é quando acontece de homens utilizarem os banheiros femininos.

Foto: Mário Sepulveda/ FE

"Quando acontece o uso indevido do banheiro feminino por pessoas de outro gênero, seja identificado ou não, e quando pedi para se retirar, a pessoa age com agressividade. E já vi também acontecer de homens, independente se identificar ou não o gênero, mas acabam utilizando do banheiro feminino, aí acaba tendo um constrangimento, pelo menos da minha parte, porque eu já presenciei isso, e como eu já falei, acaba acontecendo também de agir com agressividade quando é solicitada a retirada da pessoa. Eu como mulher, entro no banheiro feminino, eu vou me deparar com um homem, pelo menos o que eu estou observando, e me sinto constrangida em utilizar, ou também tem aquela coisa de pessoas mal intencionadas que utilizam disso para cometer algum delito", defende.

 

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Quinta, 04 Julho 2024

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