Resultados do PIB apontam para volta do Brasil como oitava maior economia mundial
Fora da posição desde 2017, o país chegou a sair do top 10 durante a pandemia
Os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) publicados pelo IBGE, nesta terça-feira (4), deverão colocar o Brasil de volta no posto de oitava maior economia global neste ano, segundo estimativas da Austin Rating, com projeções do FMI. O PIB brasileiro cresceu 0,8% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023, após ajustes sazonais. Assim, sua soma apenas no primeiro trimestre, em reais, atingiu R$ 2,7 trilhões em valores correntes. O desempenho representou uma retomada, após a economia ter andado de lado tanto no terceiro como no quarto trimestre do ano passado. Frente ao primeiro trimestre de 2023, o PIB cresceu 2,5%.
Neste ano, segundo matéria da InfoMoney, o PIB brasileiro deve terminar nos US$ 2,331 bilhões, fazendo com que o Brasil ultrapasse a Itália, que recuaria para nono. Para 2025, a projeção é de que o Brasil se mantenha na oitava posição, com um PIB de US$ 2,437 trilhões. A posição não se confirmaria caso o real e o euro apresentarem uma diferença de paridade de conversão entre as moedas muito grande uma com a outra, daqui para frente.
"Aí, sim, o Brasil teria uma chance de perder a posição pra Itália, até porque a diferença entre os países é muito pequena, de pouco mais de 3 bilhões de dólares", compara, lembrando o PIB dos países está na casa dos trilhões de dólares. Nesse sentido, ele reforça que podem ocorrer alterações, mas que, por enquanto, "dadas as condições atuais, é pouco provável que o Brasil perca a posição para Itália".
"O Brasil perderia o oitavo lugar para a Itália apenas caso o crescimento estimado para esse ano pelo Focus de 2,05% (publicado nessa semana) ficasse menor, bem abaixo disso; e o da Itália que está estimado em 0,7% ficasse bem acima disso", disse ao InfoMoney, Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.
Índia avança
Conforme o ranking elaborado pela Austin, o Brasil deve crescer em ranking mundial de economias. O país atingiu suas melhores colocações mais recentemente entre os anos de 2010 e 2014, quando figurava na 7ª posição. Neste período, o PIB brasileiro perdia para os dos EUA, China, Japão e Alemanha, sempre, na ordem, as quatro maiores economias. Entre a quinta e a sexta colocação, se revezavam França e Reino Unido.
Em 2015, por conta da crise econômica, o Brasil recuou para 9ª posição, a qual se manteve em 2016. Em 2017, chegou a recuperar a 8ª posição, mas retornou para 9ª posição, em 2018 e 2019. Em 2020 e 2021, o Brasil caiu para 11ª posição e, ano passado, subiu dois degraus, ficando na 9ª posição.
Para 2024, o quadro pouco se altera, em relação à primeira metade da década passada, quando o Brasil era a 7ª economia global, apenas com o ingresso da Índia.
Assim, conforme o levantamento da Austin, estas seriam as maiores economias globais neste ano:
País (PIB Estimado*)
1-Estados Unidos (28.781,1)
2-China (18.532,6)
3-Alemanha (4.591,1)
4-Japão (4.110,5)
5-Índia (3.937,0)
6-Reino Unido (3.495,3)
7-França (3.130,0)
8-Brasil (2.331,4)
9-Itália (2.328,0)
10-Canadá (2.242,2)
*Valores em trilhões de dólares projetados para 2024. Fonte: FMI, elaboração Austin Rating
Comparação frente outros países
Na comparação com outros países, o Brasil ficou entre os 15 maiores crescimentos porcentuais, segundo dados compilados pela Austin.
Com alta de 0,8%, o Brasil foi superado por Israel (3,4%), Turquia (2,4%), Hong Kong (2,3%), Chile (1,9%), China (1,6%), Malásia (1,4%), Filipinas (1,3%), Coreia do Sul (1,3%), Arábia Saudita (1,3%), Chipre (1,2%), Tailândia (1,1%), Colômbia (1,1%), Irlanda (1,1%), Croácia (1%), Sérvia (0,8%) e Lituânia (0,8%).
"De modo geral, no ranking global do PIB, o Brasil se posicionou bem, considerando as economias emergentes. De alguma forma, o resultado acabou surpreendendo, acho que a média no mercado", disse. No entanto, Agostini ressaltou que o Brasil poderia estar melhor posicionado "se não fosse a condição fiscal atual, que ainda é bastante preocupante". "Isso gera uma certa cautela por parte dos agentes econômicos", finalizou.
Fonte: bahia.ba
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