PIB fecha 2024 com alta de 3,4% no Brasil
Em 2024, a atividade econômica teve impulso de medidas de estímulo do governo Lula (PT) e do desempenho positivo do mercado de trabalho
A economia brasileira perdeu ritmo no quarto trimestre, mas fechou 2024 com alta de 3,4% no acumulado do ano, apontam dados do PIB (Produto Interno Bruto) divulgados nesta sexta (7) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
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O avanço de 3,4% é o maior desde 2021 (4,8%), quando a base de comparação com 2020 era fragilizada pela pandemia.
O novo resultado veio ligeiramente abaixo da mediana das projeções do mercado financeiro, que era de 3,5%, conforme a agência Bloomberg. O intervalo das estimativas ia de 3,2% a 3,6%.
Considerando apenas o quarto trimestre de 2024, o PIB mostrou relativa estagnação, com leve variação positiva de 0,2% frente aos três meses imediatamente anteriores, disse o IBGE.
O dado veio abaixo da mediana de 0,4% que era esperada por analistas consultados pela Bloomberg. O intervalo das previsões ia de 0% a 0,6%.
Em 2024, a atividade econômica teve impulso de medidas de estímulo do governo Lula (PT) e do desempenho positivo do mercado de trabalho, que mostrou queda do desemprego e aumento da renda.
A conjuntura levou o PIB a um crescimento acima do previsto inicialmente por analistas e pelo governo.
Para se ter uma ideia, ao final de 2023, a mediana das estimativas do mercado financeiro indicava um avanço de apenas 1,52% em 2024, de acordo com o boletim Focus, do BC (Banco Central). O Ministério da Fazenda tinha uma projeção de 2,2% para o resultado do ano.
Manter a economia aquecida, porém, ficou mais difícil a partir do segundo semestre do ano passado, quando o BC passou a subir a taxa básica de juros (Selic) para conter a inflação.
Para 2025, as estimativas do mercado sinalizam uma desaceleração do PIB a 2,01% no acumulado do ano, indica o boletim Focus.
A Selic começou a subir em setembro, está em 13,25% ao ano e deve fechar dezembro em 15%, de acordo com a mesma publicação.
A alta da taxa de juros tenta esfriar a demanda por bens e serviços para conter os preços. O efeito colateral do crédito mais caro é o obstáculo ao consumo e aos investimentos produtivos, vetores do PIB.
Além do aperto dos juros, menos espaço fiscal para estímulos do governo à economia também deve pesar neste ano, segundo analistas.
O Ministério da Fazenda projeta um crescimento de 2,3% para o PIB de 2025, conforme revisão anunciada em fevereiro.
A estimativa do governo é maior do que a mediana do mercado (2,01%), mas também sinaliza uma desaceleração ante 2024.
Se de um lado os juros desafiam o consumo e os investimentos, de outro a perspectiva de recuperação da safra tende a ajudar o PIB, principalmente no começo do ano.
Por ora, as estimativas sinalizam recorde para a produção de grãos em 2025, após problemas climáticos em 2024.
O PIB é a soma dos bens e serviços produzidos pelo país. Seu avanço é usualmente chamado de crescimento econômico.
Parte dos analistas teme que, mesmo com os alertas sobre o quadro fiscal, o governo Lula adote novas medidas de estímulo ao PIB em meio à trajetória de queda da popularidade do presidente.
Uma das questões que estariam por trás da aprovação em baixa seria a inflação dos alimentos. Estudo recente da consultoria LCA indicou que o patamar elevado dos preços ofuscou a percepção de melhora da renda do trabalho e da atividade econômica.
Para frear a inflação, o governo anunciou na quinta (6) que vai zerar a alíquota de importação de produtos como carne, café, milho, óleo de girassol, óleo de palma, azeite, sardinha e açúcar.
Associações, por outro lado, afirmaram que a medida é inócua. O aumento do óleo diesel e do frete pressiona os alimentos e pode ameaçar as ações do governo para conter os preços da comida.
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