Crescimento da demanda é superior a produção industrial no Brasil, diz IPEA
Indicador registrou queda de 1.4% em outubro
O Indicador Ipea de Consumo Aparente de Bens Industriais registrou queda de 1,4% em outubro de 2021, na comparação com o mês de setembro, conforme divulgação publicada na sexta-feira (17), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). No trimestre móvel encerrado em outubro houve recuo de 3,3%, porém, apesar do resultado negativo, houve crescimento de 8,6% no acumulado do ano. Essa alta acumulada no ano até outubro é maior que o crescimento da produção industrial (5,7%) -- no indicador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física (PIM-PF).
Nessa publicação, o indicador foi calculado pelo Ipea já levando em consideração mudanças metodológicas na contabilização das estatísticas de comércio exterior implementadas pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia (Secex) e pela Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex).
O indicador calcula a demanda interna por bens industriais -- por meio da produção industrial interna não exportada, acrescida das importações. Entre os componentes do consumo aparente, verificou-se que a produção interna destinada ao mercado nacional recuou 2,7% em outubro e as importações de bens industriais tiveram alta de 2,6% no mesmo período -- na comparação com setembro com ajuste sazonal.
Na comparação com outubro de 2020, o indicador registrou queda de 4,6%. No trimestre móvel, houve retração de 0,9% em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado em doze meses, a demanda teve alta de 8,2%, enquanto a produção industrial, medida pela PIM-PF do IBGE, registrou crescimento de 5,6%. Os pesquisadores observaram que, ao contrário do que ocorreu em 2020, neste ano, a demanda cresceu mais que a produção industrial brasileira.
Entre as grandes categorias econômicas, todos os segmentos apresentaram queda, com exceção da demanda por bens de capital, que avançou 1,1%. O segmento de bens de consumo duráveis foi o destaque negativo em outubro, com recuo de 4,9%. Na comparação com outubro do ano passado, com exceção da demanda por bens de capital, que teve crescimento de 2,6%, os demais segmentos apresentaram queda.
Com relação às classes de produção, houve estabilidade na demanda interna por bens da indústria de transformação, com pequena queda de 0,1% em relação ao mês de setembro. O recuo de 21,3% na extrativa mineral mais que compensou a alta de 13% no período anterior. Na análise setorial, apenas cinco dos 22 segmentos avançaram, com destaque para os segmentos de petróleo e derivados (7,7%) e outros equipamentos de transporte (4,2%).
Na comparação interanual dos setores, oito segmentos apresentaram alta. No rol dos mais relevantes, o de outros equipamentos de transporte, beneficiando-se de uma baixa base de comparação, destacou-se com crescimento de 152,1% sobre outubro de 2020. No acumulado em doze meses, exceto o segmento produtos alimentícios, todos os demais apresentaram variação positiva, com destaque para a metalurgia (+ 30,3%).
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