Confiança da Indústria recua pelo quarto mês consecutivo
Índice atinge menor nível desde agosto de 2020
O Índice de Confiança da Indústria (ICI) do FGV IBRE recuou 3,1 pontos em novembro, para 102,1 pontos, menor nível desde agosto de 2020 (98,7 pontos). Essa é a quarta queda consecutiva do índice. Em médias móveis trimestrais, manteve a tendência negativa ao cair 1,6 ponto.
"A confiança de novembro sinaliza uma mudança na trajetória de recuperação da indústria de forma disseminada, com 15 dos 19 segmentos apresentando queda da confiança. Essa piora decorre de uma deterioração do cenário corrente e de piora das perspectivas futuras. A retração da confiança ocorre em um momento em que a inflação avança, reduzindo a capacidade de compra dos consumidores, ao mesmo tempo em que o desemprego continua elevado. Soma-se a esses pontos choques de custos e gargalos de logística. Como resultado, o setor pode terminar 2021 com o otimismo em queda", comenta Claudia Perdigão, economista do FGV IBRE.
O resultado do mês foi influenciado por uma piora tanto das avaliações sobre a situação atual quanto das perspectivas para os próximos meses. O Índice Situação Atual (ISA) caiu 4,6 pontos, para 103,7 pontos, menor valor desde agosto de 2020 (97,8 pontos). O Índice de Expectativas (IE) caiu 1,6 ponto para 100,3 pontos, menor patamar desde maio desse ano (99 pontos).
Entre os quesitos que compõem o ISA, o pior desempenho se deu no indicador que mede o nível dos estoques, o qual caiu 7,9 pontos para 103,3 pontos, menor valor desde agosto de 2020. A piora dos estoques parece influenciada pela redução da demanda nos últimos 5 meses, o indicador que mede a demanda total diminuir 1,2 ponto para 105,4 pontos e o indicador que mede a situação atual dos negócios caiu 4,0 pontos, para 102,2 pontos, menor patamar desde agosto de 2020.
Dos indicadores que integram o IE, o emprego previsto para os próximos meses foi o que mais influenciou na queda do ICI no mês de novembro, ao cair 4,3 pontos para 103,8 pontos, menor nível desde maio (101,5 pontos). Embora as perspectivas sobre a produção para os próximos três meses tenham subido 1,5 ponto para 99,9 pontos, após dois meses de quedas, a tendência dos negócios para os próximos seis meses continua em tendência negativa pelo quarto mês consecutivo, caindo 2,1 pontos em novembro, para 97,2 pontos, menor valor desde setembro de 2020 (96,5).
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada cedeu 0,6 ponto percentual, para 80,7%, mas ainda se mantém como o segundo maior valor desde novembro de 2014.
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