Bahia é o estado com mais empresas no vermelho do Nordeste e sexto no país
Em outubro, 328 mil negócios tinham contas atrasadas
Se a economia anda mal para os consumidores, para as empresas o cenário também não tem sido muito diferente. Segundo o Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian, a Bahia é o estado que tem mais negócios no vermelho no Nordeste e o sexto no país. Foram identificados 328.466 negócios nessa situação, que juntos deviam R$ 4,7 bilhões.
1ª posição – É a situação da Bahia em débitos em relação aos outros estados do Nordeste;
6º lugar – É o degrau que os baianos ocupam em inadimplência no Brasil;
Veja o ranking no Nordeste:
BA – 328.466 empresas inadimplentes
PE – 198.770
CE – 152.613
MA – 95.613
PB – 65.993
RN – 65.376
AL – 62.601
SE – 44.230
PI – 41.900
Em média, cada empresário baiano deve R$ 14,6 mil aos credores. A pesquisa considerou as empresas que em outubro estavam com ao menos uma conta atrasada. Em outubro de 2020, eram 296 mil empresas nessa situação, o que representa um acrescimento de 10% de endividados.
Especialistas dizem que juros altos, a guerra na Ucrânia associada a pandemia, e má gestão são responsáveis por esse cenário. O especialista em finanças corporativas e reestruturação de empresas, Renato Penna, explica.
"O cenário não surpreende, porque nada na economia é desconectado. A Bahia tem um dos maiores índices de desemprego do país, 15% da população está desempregada, não tem economia que se sustente dessa forma. O consumidor consome menos, a empresa vende menos e não consegue honrar os compromissos, e vai para a inadimplência ou, muitas vezes, encerra as atividades", explicou.
Outro fator preocupante são os juros altos. O especialista lembrou que há dois anos, a taxa básica de juros (Selic) estava em 2% e que este ano alcançou o patamar de 13,75%. "O mundo todo está vivendo uma pressão inflacionária por conta da pandemia e da guerra, e aumentar os juros é uma forma de frear a inflação, mas por outro lado impacta diretamente nas empresas que têm dívidas", afirmou.
O setor mais afetado é o de serviço, onde 53,4% dos empresários estão com as contas atrasadas. Em seguida aparece Comércio (37,6%), Indústria (7,8%), Primário (0,8%) e Outros (0,4%). O consultor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-BA), Guilherme Dietze, explica que a recuperação é um desafio, porque enquanto os consumidores tem 13º salário e outras fontes de ajuda, o empresário depende de uma conjuntura econômica para se reerguer.
"Além dos juros elevados e das dificuldades econômicas, a má gestão é outro desafio. A mortalidade das empresas é muito alta no Brasil, em média duram de 3 a 5 anos, e muito se deve à falta de planejamento. Sem metas estabelecidas, sem saber precificar, a falta de planejamento aumenta os custos e a receita não acompanha", explica.
Os especialistas orientam os empresários a trocarem linhas de crédito com jutos elevados, como cartão de crédito e cheque especial, por financiamento mais baratos. É preciso renegociar taxas, multas e parcelamentos, rever contratos com fornecedores, e aumentar a receita fazendo alterações no negócio e buscando novas formas de venda para atrair mais consumidores.
"A Bahia tem mais dificuldade, porque tem taxas mais altas de desemprego, a população tem renda mais baixa, informalidade alta e dependência maior de programas de transferência de renda. Então, pensando no empresariado que precisa de um consumidor forte, a Bahia tem um cenário socioeconômico que ainda precisa melhorar", afirmou.
Cenário
Especialistas dizem que juros altos, a guerra na Ucrânia associada a pandemia, e má gestão são responsáveis por esse cenário. O especialista em finanças corporativas e reestruturação de empresas, Renato Penna, explica.
"O cenário não surpreende, porque nada na economia é desconectado. A Bahia tem um dos maiores índices de desemprego do país, 15% da população está desempregada, não tem economia que se sustente dessa forma. O consumidor consome menos, a empresa vende menos e não consegue honrar os compromissos, e vai para a inadimplência ou, muitas vezes, encerra as atividades", explicou.
Outro fator preocupante são os juros altos. O especialista lembrou que há dois anos, a taxa básica de juros (Selic) estava em 2% e que este ano alcançou o patamar de 13,75%. "O mundo todo está vivendo uma pressão inflacionária por conta da pandemia e da guerra, e aumentar os juros é uma forma de frear a inflação, mas por outro lado impacta diretamente nas empresas que têm dívidas", afirmou.
O setor mais afetado é o de serviço, onde 53,4% dos empresários estão com as contas atrasadas. Em seguida aparece Comércio (37,6%), Indústria (7,8%), Primário (0,8%) e Outros (0,4%). O consultor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-BA), Guilherme Dietze, explica que a recuperação é um desafio, porque enquanto os consumidores tem 13º salário e outras fontes de ajuda, o empresário depende de uma conjuntura econômica para se reerguer.
"Além dos juros elevados e das dificuldades econômicas, a má gestão é outro desafio. A mortalidade das empresas é muito alta no Brasil, em média duram de 3 a 5 anos, e muito se deve à falta de planejamento. Sem metas estabelecidas, sem saber precificar, a falta de planejamento aumenta os custos e a receita não acompanha", explica.
Os especialistas orientam os empresários a trocarem linhas de crédito com jutos elevados, como cartão de crédito e cheque especial, por financiamento mais baratos. É preciso renegociar taxas, multas e parcelamentos, rever contratos com fornecedores, e aumentar a receita fazendo alterações no negócio e buscando novas formas de venda para atrair mais consumidores.
"A Bahia tem mais dificuldade, porque tem taxas mais altas de desemprego, a população tem renda mais baixa, informalidade alta e dependência maior de programas de transferência de renda. Então, pensando no empresariado que precisa de um consumidor forte, a Bahia tem um cenário socioeconômico que ainda precisa melhorar", afirmou.
Cenário
Não são apenas os empresários baianos que estão com a corda no pescoço. A pesquisa apontou que, em outubro, o país tinha 6,3 milhões de negócios com o nome no vermelho. Em média, cada CNPJ negativado possui sete contas atrasadas a pagar. Essa é a maior quantidade atingida desde o início da série histórica do índice, em 2016.
São Paulo é o estado com maior número de devedores, são 2 milhões, sendo seguido por Minas Gerais (616 mil) e Rio de Janeiro (563 mil). A Bahia ocupa a sexta posição nesse ranking. Luísa* é dona de uma loja de roupas no Subúrbio Ferroviário de Salvador e está nessa lista.
"Ninguém gosta de dever. Eu não sinto nenhum prazer em dizer que as contas da minha empresa estão atrasadas, pelo contrário, sinto vergonha, mas diante do cenário que estamos vivendo essa tem sido a realidade. Tive que dispensar duas funcionárias durante a pandemia, consegui trazer uma de volta, mas ainda está tudo devagar", contou.
As micro e pequenas empresas representam 5.6 milhões dos negócios com o nome no vermelho em outubro, sendo o Sudeste a região líder com 52,9%. Em sequência estão o Nordeste (16,6%), o Sul (16,3%), Centro-Oeste (8,9%) e Norte (5,3%).
Consumidores
São Paulo é o estado com maior número de devedores, são 2 milhões, sendo seguido por Minas Gerais (616 mil) e Rio de Janeiro (563 mil). A Bahia ocupa a sexta posição nesse ranking. Luísa* é dona de uma loja de roupas no Subúrbio Ferroviário de Salvador e está nessa lista.
"Ninguém gosta de dever. Eu não sinto nenhum prazer em dizer que as contas da minha empresa estão atrasadas, pelo contrário, sinto vergonha, mas diante do cenário que estamos vivendo essa tem sido a realidade. Tive que dispensar duas funcionárias durante a pandemia, consegui trazer uma de volta, mas ainda está tudo devagar", contou.
As micro e pequenas empresas representam 5.6 milhões dos negócios com o nome no vermelho em outubro, sendo o Sudeste a região líder com 52,9%. Em sequência estão o Nordeste (16,6%), o Sul (16,3%), Centro-Oeste (8,9%) e Norte (5,3%).
Consumidores
Para complicar ainda mais a situação, a população está endividada e outra pesquisa do Serasa, divulgada nesta quinta-feira (1º), aponta que 63% dos consumidores vão usar o 13º salário para pagar as dívidas ou limpar o nome, o que vai impactar diretamente nas vendas do varejo. Pela primeira vez, o Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas registrou mais de 69 milhões de endividados no país
A cabeleireira Janete Silva, 28 anos, está contando com o 13º para resolver uma pendência com a operadora de cartão de crédito. "Fiz umas dívidas há uns dois anos e não consegui pagar. Os juros foram acumulando e virou uma bola de neve. Preciso do meu nome limpo, não gosto de ficar devendo, então, vou tentar negociar", disse.
A pesquisa apontou as prioridades dos entrevistados: pagar dívidas (25,8%), limpar o nome (25,6%), e saldar as contas básicas, como água, luz, aluguel e gás (12,5%). O Feirão Serasa Limpa Nome disponibiliza mais de 250 milhões de ofertas com até 99% de descontos para a quitação de débitos atrasados ou negativados. Os interessados devem acessar os canais oficiais da Serasa ou o WhatsApp (11) 99575–2096.
A Câmara dos Dirigentes Lojistas da Bahia (CDL) foi procurada, mas não se manifestou.
* Nome fictício, pois a entrevistada pediu para não ter o nome divulgado.
Números da Bahia:
328 mil – Empresas estão com pelo menos uma conta atrasada;
A cabeleireira Janete Silva, 28 anos, está contando com o 13º para resolver uma pendência com a operadora de cartão de crédito. "Fiz umas dívidas há uns dois anos e não consegui pagar. Os juros foram acumulando e virou uma bola de neve. Preciso do meu nome limpo, não gosto de ficar devendo, então, vou tentar negociar", disse.
A pesquisa apontou as prioridades dos entrevistados: pagar dívidas (25,8%), limpar o nome (25,6%), e saldar as contas básicas, como água, luz, aluguel e gás (12,5%). O Feirão Serasa Limpa Nome disponibiliza mais de 250 milhões de ofertas com até 99% de descontos para a quitação de débitos atrasados ou negativados. Os interessados devem acessar os canais oficiais da Serasa ou o WhatsApp (11) 99575–2096.
A Câmara dos Dirigentes Lojistas da Bahia (CDL) foi procurada, mas não se manifestou.
* Nome fictício, pois a entrevistada pediu para não ter o nome divulgado.
Números da Bahia:
328 mil – Empresas estão com pelo menos uma conta atrasada;
R$ 4,7 bilhões – É o somatório das dívidas em atraso;
R$ 14 mil – É em média o que os empresários devem aos credores;
1ª posição – É a situação da Bahia em débitos em relação aos outros estados do Nordeste;
6º lugar – É o degrau que os baianos ocupam em inadimplência no Brasil;
Veja o ranking no Nordeste:
BA – 328.466 empresas inadimplentes
PE – 198.770
CE – 152.613
MA – 95.613
PB – 65.993
RN – 65.376
AL – 62.601
SE – 44.230
PI – 41.900
Confira o ranking nacional:
SP – 2 milhões
MG – 616 mil
RJ – 563 mil
PN – 401 mil
RS – 357 mil
BA – 328 mil
SC – 267 mil
GO – 219 mil
PE – 198 mil
CE – 152 mil
SP – 2 milhões
MG – 616 mil
RJ – 563 mil
PN – 401 mil
RS – 357 mil
BA – 328 mil
SC – 267 mil
GO – 219 mil
PE – 198 mil
CE – 152 mil
Com informações do Serasa
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