A venda de carros elétricos ou híbridos cresce dia a dia no mundo. No caso do Brasil, o incremento da presença deste tipo de carros era devagar, mas os últimos dados refletem um interesse cada dia maior por parte dos consumidores.

De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o terceiro mês deste ano foi o melhor março da série histórica, encerrando um trimestre de sucesso para a eletromobilidade. Assim, no primeiro trimestre de 2022, a venda de veículos elétricos ou eletrificados (híbridos) cresceu 115% na comparação com os primeiros três meses do ano anterior. A entidade comunicou que 9.844 unidades foram emplacadas, contra 4.582 no período do ano passado.

Isso representa uma verdadeira tendência contrária ao mercado de carros tradicionais ou a combustão, que registrou queda de 25% nas vendas gerais. O principal motivo deste crescimento, além da consciência ecológica, são os constantes incrementos no preço médio da gasolina, que fechou a primeira quinzena de abril em R$7,49 atingindo o maior valor já registrado.

É claro que esse comportamento da demanda de eletrificados vai ter seus efeitos sobre outros setores. No caso das companhias seguradoras, os especialistas consideram que o incremento deste tipo de veículos no mercado vai fazer com que as empresas reduzam os preços dos seguros de carro para eletrificados registrando uma forte expansão dessas apólices nos próximos anos.

O que saber sobre a contratação de seguros para veículos elétricos?

São muitas as seguradoras que concordam com a ideia de que as tecnologias EVs (electric vehicle) são o futuro da reestruturação da matriz energética, e tomam isso como uma grande oportunidade de adaptação e expansão do mercado segurador.

É importante levar em conta que, como todo seguro, as companhias estabelecem os preços das apólices de acordo com os riscos a serem cobertos, os valores das peças de reposição e os preços de cotação dos veículos. Nesse sentido, os carros eletrificados têm as suas próprias características que precisam ser consideradas. O principal problema das empresas é que, por enquanto, elas não possuem dados suficientes pela pequena comercialização desses carros no mercado nacional.

Hoje em dia, a maioria das seguradoras oferecem as mesmas coberturas disponíveis para os carros ou motos que utilizam combustíveis tradicionais, ou seja, proteção para roubo/furto, guincho e assistência 24h, cobertura por perda total, colisão/danos e colisões ou danos em veículos de terceiros, etc.

Se bem não existe uma diferença drástica entre as coberturas para carros tradicionais e elétricos, os valores das apólices mudam por outras circunstâncias. Acontece que o mercado de elétricos ainda está reduzido aos clientes de maior poder aquisitivo, setor cujo histórico de sinistralidade tem menos incidência do que em outros mercados mais acessíveis.

Por outra parte, o preço do seguro também está ligado ao valor do bem protegido. Nesse sentido, as companhias lembram que as versões elétricas são mais caras, portanto o valor do bem pode interferir na mensalidade do seguro.