Polícia Federal reprime contrabando e venda de ouro venezuelano
Esquema ilegal teria movimentado R$ 6 bilhões
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (20), a Operação Eldorado, com o objetivo de prender suspeitos de liderarem um esquema de contrabando e venda de ouro venezuelano, extraído de garimpos ilegais.
O esquema que teria movimentado quase R$ 6 bilhões envolve a entrada clandestina do minério, no Brasil, como pagamento pela exportação de alimentos por mercados de Roraima e do Amazonas.
Segundo o inquérito, os principais investigados desse esquema também teriam envolvimento com a exploração clandestina do ouro em Terras Indígenas Yanomami (TIY), e em garimpos espalhados em outros estados brasileiros.
Pela Operação Eldorado, serão cumpridos dois mandados de prisão preventiva e 40 de busca e apreensão nos estados de Roraima, Amazonas, Goiás e, ainda, no Distrito Federal, expedidos pela 4ª Vara Federal da Seção Judiciária de Boa Vista-RR.
Ouro venezuelano
De acordo com a Polícia Federal, as transportadoras contratadas pelos suspeitos esconderiam no interior de caminhões o ouro contrabandeado da Venezuela. Os veículos entrariam em Roraima, sem os procedimentos necessários e pagamento de tributos devidos.
Posteriormente, o minério seria comprado por outros integrantes do esquema e enviado para empresas atuantes no ramo de exploração de minério aurífero, responsáveis por concretizar o pagamento aos supermercados e às distribuidoras de alimentos.
Além dos mandados de prisão e buscas, a Justiça também determinou a indisponibilidade de ativos no mercado financeiro, além de veículos e aeronaves dos investigados.
Terra Indígena Yanomami
Neste ano, a Polícia Federal, em ação conjunta com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), tem realizado diversas operações que já resultaram na destruição de acampamentos, maquinário e combustíveis encontrados em Terras Indígenas Yanomami, em locais que possuíam garimpos em atividade.
Os agentes públicos também fiscalizaram pistas clandestinas, localizadas em regiões próximas à reserva indígena, no estado de Roraima, e desmantelaram uma oficina clandestina, localizada na mata, que realizaria manutenção de aeronaves dedicadas ao garimpo ilegal.
E contra o financiamento da logística do garimpo ilegal, já foram bloqueados recursos financeiros, visando descapitalizar os grupos criminosos.
Além das atividades ostensivas de combate à criminalidade na TIY, a PF tem atuado na condução de procedimentos investigativos que apuram o envolvimento de centenas de suspeitos com a cadeia produtiva criminosa que opera na região, inclusive de membros de facções criminosas e de grupos econômicos.
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